SÃO PAULO - Depois de disparar 2.000% em 2017 e atingir em dezembro sua máxima histórica (US$ 19.187), o bitcoin atravessa hoje um período conturbado. Daquele ponto para cá, a correção é de 65%, puxando a moeda para US$ 6.616, segundo cotação das 10h50 (horário de Brasília) desta sexta-feira. Junto a essa queda, voltou o debate: é bolha ou uma oportunidade de compra?
No time dos que acreditam na segunda possibilidade, há dois investidores que estudaram a moeda e passaram a tratá-la como um investimento no ano passado.
O day trader
Um deles é o matemático e programador Luis Nery, que já foi professor e funcionário do Banco do Brasil, mas decidiu largar tudo para se dedicar ao day trade com minicontratos, ações e criptomoedas.
Segundo Nery, sua primeira aposta, em meados de 2016, foi um fiasco. Comprou, mas logo viu o preço desabar e resolveu desistir da ideia. Meses depois, a moeda disparou 500% e ele percebeu que era hora de estudar de verdade o assunto e uniu a análise técnica às criptomoedas.
Por conta de sua formação, ele conta que passou a desenvolver estratégias baseadas em cálculos matemáticos e padrões gráficos. A técnica funcionou e ele rapidamente recuperou o dinheiro perdido no primeiro momento. "No final do ano passado, decidi pedir demissão e passei a me dedicar integralmente a isso".
De acordo com Nery, a forte correção das moedas nos últimos meses não foi um problema. "Pelo contrário, tive ganhos. Sempre surgem oportunidades". Na última quarta-feira mesmo, comenta, o Tron disparou 80% perto da uma hora da manhã (segundo ele, a madrugada é o melhor horário para operar). "No momento em que fez todos os padrões que acompanho, eu entrei na onda. Consegui pegar uma alta de 70% em menos de 30 minutos. Mais do que bati a meta do dia", conta. Segundo ele, o objetivo diário é um ganho de 10%, com limite de perda de 5%.
O investidor de longo prazo
Já o empresário Nahim Valença, que divide sua atenção entre sua empresa e o mercado financeiro, deixa o day trade para ações e minicontratos. Com as criptomoedas, o seu investimento é para o longo prazo.
O primeiro contato com a moeda veio em meados de 2015 através do seu sócio, que estava interessado minerar. "Naquela época, o bitcoin valia cerca de US$ 200, mas não dava muita bola. Quando chegou a US$ 2.000, em 2017, percebi que era hora de entender melhor o assunto e comecei a investir", lembra.
Logo depois, após encerrar um serviço na Venezuela, "o contratante ofereceu como pagamento bitcoins, mas não aceitei, fiquei com aquilo na cabeça. Comecei a pensar na moeda como um investimento porque o país tem um problema sério de liquidez". Poucos meses depois veio o arrependimento: o bitcoin mais que dobrou de valor em 5 meses, saindo da casa de US$ 900 no começo de 2017 para os US$ 2.000 em maio.
Aí, sim, Valença decidiu comprar. Desde então, ele diz que mais do que dobrou o seu capital com bitcoins. Realizou uma pequena fatia naquela explosão (quando a moeda foi para a casa dos US$ 19.187), mas ainda tem a maior parte alocada. "Não acredito que caia para baixo dos US$ 4.000. Agora só volto a realizar uma parte do lucro quando voltar para os US$ 10.000", conta.
Segundo ele, muita gente se assustou com as notícias recentes por não ter entendido o que estava fazendo. "Tem que entender o que está fazendo antes de investir. Acredito que a moeda vai para Lua, não tem essa de virar pó. É o dólar da moeda virtual", complementou.
Fonte: InfoMoney
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